De volta com a coluna de indicações, vou trazer 4 filmes que gostei muito de ver nesse mês de janeiro.
Minhas Mães e Meu Pai
Uma comédia dramática sensacional sobre famílias não convencionais, hipocrisias, problemas familiares, crescimento, relacionamentos em geral. No filme Nic e Jules são casadas há quase 20 anos, e conceberam os seus dois filhos, Laser e Joni, por inseminação artificial.
A treta começa quando Joni vai completar 18 anos, vai se mudar para o campus da faculdade, e por legislação já tem idade para solicitar à clínica médica os dados do homem que doou o esperma. Seu irmão então implora para que ela o procure, e com isso, Paul, o doador, acaba entrando em suas vidas, virando a rotina de todos de cabeça pra baixo e expondo problemas sérios no casamento e no relacionamento das crianças com as mães.
O filme começa com uma pegada de comédia, - e cenas de sexo do nada - mas logo começa uma pegada dramática muito intima, sobre a dificuldade das escolhas, a complexidade de uma relação de mãe e filho que está crescendo e criando sua própria personalidade. Minhas Mães e Meu Pai possui um ritmo maravilhoso, você nem vê a hora passar.
X - A Marca da Morte
X é mais um daqueles "filmes de homenagem", no caso ao gênero dos slashers, como Freddy, Jason coisa e tal, é sobre um grupo de jovens indo pra uma cabana na floresta e sendo mortos um a um por um inusitado assassino de maneiras meio cômicas, que dão aquela agonia sabe?
Assim como a série Pânico, X flerta com a paródia, e aqui vem mais forte já que os jovens estão indo para uma fazenda gravar um filme pornô rural, o que vai afetar a vida dos donos da fazenda, um casal de idosos, que claro, não foram comunicados sobre o que essa galera que alugou uma casa por lá iria fazer.
O filme então vai emular e tratar sobre as ironias dos filmes sexploitation, slashers, gore e até o cinema pornô. X me ganhou muito na honestidade e sinceridade da trama e nas ótimas atuações da Wandinha, a Jenny Ortega, e claro da Mia Goth.
Império da Paixão
Que tal um filme meio "vibe cult"? Nesse filme de época japonês acompanhamos uma historia bem bizarra de um amor maluco.
Um rapaz chamado Toyoji retorna para seu vilarejo e fica ocioso, lá ele acaba se apaixonando por Seki, uma mulher casada 26 anos mais velha que ele. Seki vive um relacionamento em fim de carreira com Gisaburo, um cara que já não liga tanto pra ela quanto antigamente e não se apresenta mais pro serviço na cama. Logo Seki é conquistada pelas investidas do jovem Toyoji. Para se aprofundar nesse relacionamento, Toyoji e Seki matam Gisaburo, e o jogam num poço. Porém, o fantasma do morto começa a assombrar a vida de Seki e todo o vilarejo. Enquanto isso, um policial aperta o cerco da investigação do crime.
É uma historia sobre relacionamento e traição, levando os protagonistas ao limite da sua sanidade graças ao espirito, que age como um fantasma mais tradicional japonês, ele fica imóvel, não se comunica direito, e sua presença serve para causar medo e vergonha, uma reflexão sobre a traição.
Império da Paixão é um pouco arrastado, porém conta com uma fotografia incrível, as cenas são todas deslumbrantes, fazendo uso dos cenários com muito jogo de luz e sombra, e uma viagem na batatinha que me deixou preso até o final pelos absurdos que Seki faz e atura durante o filme.
Pinóquio por Guillhermo del Toro
Esse eu nem preciso dar sinopse da historia, basicamente, é o Pinoquio. Mas cara que filme incrivel, e não só pela animação em stop motion tão incrível que as vezes parece feita em CG, os ou cenários e caracterizações fantásticas como em todo filme bom do Del Toro, esse filme é um exemplo de como é possível fazer um filme novo sobre algo tão batido e refeito quanto Pinoquio.
Enquanto a Disney fez um remake xexelento da sua animação 2D todo sem vida, aqui a historia é levada para a Segunda Guerra Mundial, se aproveitando pra zombar do fascismo italiano e até mandar o Mussolini à merda. O que constrói uma narrativa cheia de símbolos sobre a oposição ao conformismo, tudo roda em torno da luta contra imposições, do Gepeto não perdoar a morte do filho e o Pinóquio não aceitar os extremismos do mundo a sua volta.
Na verdade o filme constrói narrativas até demais pro seu gosto, o que explica as 2 horas, e mesmo assim não consegue explorar bem tudo o que se propõe, são tantas ideias que o final parece um pouco estranho, mas mesmo assim eu adorei por ser um filme que tem coisas novas pra contar, tem um motivo de existir além de "isso aqui vai fazer muito dinheiro".
E por hoje estas são minhas indicações de filmes! Semana que vem tem mais!