No último mês estive jogando Tunic, o aguardado jogo indie de ação a ser lançado pro Xbox e PC faz um tempão, e que chegou na hora certa e sendo praticamente perfeito.
Em Tunic controlamos uma carismática raposa, com roupas similares as do Link de Legend of Zelda, que acorda numa ilha cheia de misterios para desbravar e inimigos para enfrentar. Inicialmente se parece muito com Zeldinha clássico, aquela visão por cima, espadinha, itens para atacar, depois se parece um pouco com Dark Souls com seus checkpoints que trazem os inimigos de volta. Mas tudo vira de cabeça pra baixo quando você descobre que o jogo não vai te explicar nadinha de graça, todas as mecânicas e habilidades estão espalhadas pela ilha, tudo a sua disposição desde o inicio, mas absolutamente tudo é um mistério que você vai ter que usar a cuca pra resolver.
Durante a aventura você vai encontrar paginas do manual do jogo, e quase tudo está escrito em uma língua estranha, poucas coisas em inglês que vão te levar mais perto da resolução dos segredos. Coisas simples como encontrar um escudo, como subir de nível, como equipar os itens, tudo está descrito em uma forma misteriosa no manual, e descobrir como fazer, e efetivamente usar aos poucos tudo o que o jogo tem a oferecer, é uma experiencia fantástica de encher os olhos, de dar muito gosto de usar.
O inicio da aventura é um pouco linear, você logo descobre que precisa tocar dois sinos, um em cada lado da ilha, o manual te indica como chegar no primeiro chefe, o nível indicado, ao longo do caminho você vai descobrindo que em cada canto tem uma coisinha escondida fantástica. Logo após o jogo te pede pra atravessar dimensões, encontrar um mau ancestral e resolver uma treta secreta maravilhosa, tudo embalado numa trilha sonora saborosa, que te deixa 100% imerso nos cenários surreais que Tunic te apresenta.
Cada chefe, cada novo inimigo, cada descoberta é maravilhosa, mal consigo descrever, mas vou tentar descrevendo uma sequência da campanha que deixou completamente vendido pra esses Game Designers, num determinado ponto do jogo, você deve encontrar 3 chefes que guardam uma espécie de "Tri Force colorida", e usar para libertar o nosso objetivo final. Então você parte em busca de itens, armas, magias, e praticamente caça e os inimigos enquanto descobre diversos segredos desse lugar, finalmente consegue, leva tudo pra sala principal, abre os selos e... e agora? Fiz tudo o que o jogo pediu, e não sabia mais o que fazer, e quando esse pensamento veio em minha mente, ouvi o barulinho da conquista do Xbox, e o nome da conquista: "E Agora?".
Eu fiz dezenas de coisas no teste, na descoberta, sem olhar em guias (até aqui, porque depois olhei bastante pra achar alguns códigos xD), e cheguei exatamente onde o designer queria me colocar, a experiencia que eles queriam me passar, e isso é fantástico! Tunic é uma aula de como um jogo pode apresentar misterios e desafios pro jogador, e quando você descobre, realmente se sente inteligente, como se tivesse vencido o jogo.
As vezes eles vão longe demais, existe um puzzle nesse jogo, chamado "Golden Path", que provavelmente é um dos mais surreais que eu já vi em anos, nível anos 80/90 de point-and-click pra PC, que exige usar folhas e folhas de caderno no mundo real anotando varias pistas e nossa, que viagem! Talvez um dos melhores puzzles que já vi num videogame só pela sua ideia. E ai não tem vergonha nenhuma em usar um guia, o jogo alias não liga caso você queria diminuir o desafio para termina-lo, existe a possibilidade de jogar toda a aventura sem tomar dano, e algumas outras opções de acessibilidade que te permitem conhecer a aventura não importando seu "nível de jogador".
Em suma, Tunic é uma das melhores experiências que eu tive nos últimos anos, o jogo está no Game Pass pra Xbox e PC, e eu só posso te dizer: Para tudo e vai jogar agora!